Este blog é assumidamente indiscreto. Por isso não vou me furtar em falar dos amigos, mesmo que isso os aborreça. Esclareço de antemão que o ser humano é sujeito e objeto da bisbilhotice. O que me dá pleno direito de exercer minha veia mexeriqueira. Nossa personagem de hoje é o Vira-latas. O Vira-latas é um bom sujeito. Conversinha mole que só. Sabe aquela cunversa pá boi durmí? Pois é! É a especialidade do mala. Carioca esperto, vinte anos de praia, tem uma nega, um violão e é mengão. Veste o manto sagrado como se estivesse limpando um santuário. O bagulho é sério.
Uma coisa é inegável. Onde o cara chega consegue alegrar a mesa com suas potocas. Já demos risadas inesquecíveis na idefectível mesa do butiquim, esta instituição mor da bobagem. Esse é assunto para outro dia. O picareta dança um dobrado doido. Se vira nos trinta, conforme apregoa famoso programa dominical. Ora é empreendedor de camisetas, no outro dia já está atuando no ramo de venda e produção de anúncios, no meio do dia já virou desenvolvedor de páginas para a rede na qual, meu parco leitor desocupado, estais deitado. Enfim, vende o almoço prá ver se janta. Tá sempre na pendura e rebolando atrás de um. A parada é séria.
Você, meu único leitor desocupado deitado na rede, poderá supor, desavisadamente diga-se de passagem, que o apelido faz menção ao complexo de vira-latas que nosso reacionário maior forjou para explicar nosso sentimento de inferioridade. Nada disso, boa alma do poupadordeporra. O cara sai revirando a lixeira. Traça o que tiver em volta. E para ele isto não é nada. Pede bis, tris... O fato é que o controle de qualidade de nosso querido membro da urubuzada é inexistente. Havia nas adjacências uma de nome S. A torcida do flamengo, do corinthians, do vasco, do bahia, só prá ficar nessas, já havia comido e muito. A danada era mais feia que mudança de pobre. Magricela, cheia de varizes, uma pele que não via sabonete e água há um bom tempo. Eu ficava só imaginando o cheiro que não iria sair daquela fonte de HPV. Só de pensar já me dava náuseas. É... no mundo há valente prá tudo. Evidentemente, como um companheiro fiél aos seus, nosso herói não se fez de rogado e, famélico, rangou a dobradinha. O bucho é sério.
Antes do embate alardeou a peleja.
- É hoje que engrosso as fileiras das estatísticas. Vou comer a S. todinha, chupar até os últimos ossinhos. Não me escapa. O muquifo tá até ajeitadinho.
Cantando em verso e prosa a epopéia programada, destilava sua macheza em doses generosas de vodka. Não economizou elogios aos encantos da moça em questão. Chegou mesmo a dizer que nunca havia tido uma visão do paraíso tão perfeita. Pensou até em comprar um viagra. Não, não precisaria. Com uma cabritinha dessa na mão não se nega fogo. E lá se foi, cambaleando entre as mesas, em busca de sua lauta refeição achada na sarjeta. O papo é sério.
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