quinta-feira, 23 de julho de 2009

Textículo Canhestro.

Mal convalescia o espírito público do abalo que lhe causou a notícia do afastamento do diretor-geral do Senado, surgiram os casos do atual presidente da Instituição; casos tristes, para ser educado, por qualquer lado que abordemos, e sobre o qual a última palavra deveria ser dada pela opinião pública. Mas estamos no Brasil e somos impingidos por declarações as mais estapafúrdias possíveis. A última pérola do Lácio nos diz que é normal sair indicando parentes e namorados de semelhantes, nos fala que é prática corriqueira desde a colônia. Aliás, para refrescar a memória, o primeiro Governador Geral foi indicado. Portanto, nada mais natural que colocar nos quadros o cunhado da prima da amiga do genro de minha concunhada, que, aliás, não é parente.

A concupiscência nacional desconhece limites e diuturnamente amealha o butim em nossos suores. Bem sei se tratar de tema requentado, como eles gostam de proferir, de razões estruturais, como os revolucionários do boteco da catrevagem enunciam, de uma antiga herança cultural, como nos asseguram os sociólogos, da pasmaceira da população, como é garantido pelos que se julgam fora da tribo de que fazem parte. Enfim, há algo de podre no reino de Pindorama e não é de hoje. As razões? As desconheço. Como praticamente tudo ao meu redor.

Que pouco se cultue a honestidade nesta terra é o que muita gente afirma, há longos anos; é o que acaba de pronunciar um de nossos digníssimos representantes. Veja, deliciosa leitora, não que eu tenha algo contra fulano ou beltrano, é meu costume, quando não tenho assunto, coisa corriqueira, ir por esse mundo das letras, se assim se pode chamar esse textículo, tecendo as coisas mais absurdas. Como você já percebeu inúmeras vezes. Naturalmente a vista cansa, a mão se aborrece e a mente vaga errante. Dessa maneira, termino mais uma tentativa canhestra de escrita.

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