Anda carcomendo meus miolos, mais uma vez, a preocupação banal acerca da escritura domada, sob seu jugo, fazendo tudo que você deseja, como se faz com um cavalo xucro. Segue até uma epígrafe de um poeta empolado que não gosto e não lembro o nome. Na última crônica percebi querer domar o indomável. Diante disso, não me atemorizei, e de lança em punho segue mais uma tentativa, sempre canhestra, como já anotado em crônica anterior. Dessa vez, trata-se de uma adolescente do século passado apaixonada.
Tão somente só
No dorso do tempo.
Corcel indômito
Fugindo das amarras.
T... março de 19...
Oi amorzinho!
Ô barbadinho, a saudade já ta sufocando, já não estou achando graça. Sinto ver as flores secando dentro dos meus livros; sinto ver seu retrato na cabeceira; não posso tocá-lo, nem senti-lo; é papel. E a camisa sem corpo, lembra-me a todo momento que falta uma grande coisa dentro de mim, que só vou encontrar quando o navio dos meus olhos se aportarem nos seus. Você tão longe e eu aqui escutando músicas que gostaria que ouvisse, pois sei que iria gostar. (Paulinho Nogueira só no violão). Queria dividir com você este momento musical, sentados no chão em volta de minha velha vitrola. Aí eu ficaria vendo você de olhos fechados ouvindo a música, te daria um montão de beijinhos ou quem sabe um só, lento, leve e silencioso como um despertar...
Quem sabe até as rosas dos livros renascessem com nosso amor, se abrissem lentamente como a música que ouço agora e enfeitassem nosso canto, como meu jardim, e do restinho de céu que posso ver de minha janela, a estrelinha camaleão se acomodando mudaria de cor várias vezes deixando nosso beijo azul, amarelo, branco... Estou me perdendo aos poucos com a sua lembrança, acho que ouvi você falar meu nome, acho que te beijei mesmo sem você estar aqui, meus lábios ficaram molhados... Sinto meus dedos percorrendo seu rosto, vindos da testa e se perdendo em sua barba. Acho que te vi, acho que vi um gatinho, que você até me olhou; senti isto, sorri. Acho que você deitou comigo sem saber, acho que te amo.
Como faz falta este coraçãozinho que eu roubei, que lindo, meu amor é potente e acertou o alvo que eu quis acertar, laçou seu coração bem como eu quero... Que bom! Eu amo esse presente, esse agora, este fevereiro-março-abril. Nasci porque esqueci da angústia e do medo que me manteve escondida da vida, do amor. Estou apaixonada pela lua, por uma estrela, pelos rios e "pedras", cachoeiras e "barracas". Estou apaixonada pelas flores, pela poesia e pelo violão. Estou apaixonada por você, por mim, por nós...
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Beba sempre um SORRISO!
E assim foi a tentativa de uma missiva. Ainda me parece que não fui talhado para a escrita.
Esclarecimentos finais: eu, o poupadordeporra, não tenho nada a ver com o textículo acima. O cara pediu para eu publicar... publiquei! Fazer o quê? Digo também que isso aí me parece coisa de boiola, e mais não digo.
É só, fui.
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