terça-feira, 1 de setembro de 2009

Um Ano

Eu, o dono da senha, me vejo na obrigação de tecer algumas linhas aqui nesse espaço. Fez um ano, em julho, que a página digital do poupadordeporra navega nas ondas cibernéticas. Mais de cem crônicas foram postadas, meia dúzia de leitores perdeu seu tempo com as bobagens aqui publicadas, e o mundo permaneceu exatamente onde sempre esteve. O que só comprova a inutilidade de escritos mal alinhavados. Não sei o que pensa o poupador, ou mesmo o autor, ou o editor, ou até o narrador. Eu, de minha parte, garanto que apenas empresto a chave de abertura, ou seja, a palavrinha mágica que abre essa porra.

Inclusive foi uma amiga desocupada; sim, pois para ficar lendo essas garatujas é preciso que seja um vagau de marca maior; que me alertou para a efeméride. Em princípio ironizei e disse que isso não merecia um peido. No entanto, pensando melhor, achei que deveria eu mesmo redigir algo comentando o feito, já que nunca passo aqui para ler ou escrever algo. Apenas abro o caminho, assim como Exu. E encarei a escrita como um ebó em minha homenagem. Não é fato que sou cúmplice desse monte de asneiras? Diante disso, caros leitores do poupador, confesso que os redatores dessa porra nada me devem, não só na orientação das idéias, mas em relação ao estilo, e não explico por que e de que maneira.

Há algumas explicações para esse vaivém de idéias e de impressões. Mas há uma que é talvez a única real. Simplesmente não passo de um blind drunk. Ou como diríamos em terras tupiniquins: um bêbado. Esclareço: sou um melancólico. Segundo minha irmã, herdei essa disposição de nosso pai, já que nossa mãe era vivaz e alegre. A tristeza, em verdade, é minha única herança e dela faço meu porto seguro. A pinga é apenas um complemento avivando minhas dores e desassossegos, uma fonte perene de agitações e de misérias. Assim se passou um ano. O poupador começou a pensar o espaço como um ato de dedicação, o narrador sempre pronto para quando vier a inspiração, o escriba não precisa de animações, basta-lhe o talento que acha ter, o editor não está nem aí para nada e naturalmente seu projeto é financeiro e, finalmente, o narrador não passa de um pateta. Mas, como disse, sou conivente com esse arrazoado e não tenho muita noção dessas coisas. É só.

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